
Dúvidas sobre o seu carro ? Quer encontrar respostas e dicas sobre mecânica, manutenção ou limpeza ? Então a Oficina Autoesporte é o lugar certo para vir. Uma vez por semana, selecionaremos questões deixadas nos comentários e publicaremos as respostas no site, sempre com a ajuda de técnicos e especialistas.
Na maioria dos casos, correia dentada quebrada é sinônimo de válvulas “atropeladas”, como se diz popularmente. Esse importantíssimo componente, nem sempre lembrado pelo dono do automóvel, é uma ligação entre o comando de válvulas e o virabrequim. Sua função é sincronizar o movimento de ambos. Além disso, a correia proporciona também a sincronia entre as válvulas de admissão e de escape e os pistões, que se movimentam com a precisão necessária para fazer com que o motor ofereça o desempenho prometido pelo fabricante.
O problema é que toda essa exatidão digna de um relógio suíço vai para o espaço quando a correia se rompe. Para piorar, a perda da sincronia quase sempre causa choques entre a cabeça dos pistões (que continuam a se mover por inércia até que o motor apague por completo) e as válvulas.
De acordo com o mecânico Gilberto Vicente Lyra, proprietário da Mecânica Lyra, existe uma chance – remota, é verdade – de as válvulas não serem atingidas quando a correia dentada estoura. “Na linha Chevrolet de motores de oito válvulas isso praticamente não acontece. O mesmo vale para os antigos motores VW AP. De resto, a notícia quase sempre é bem amarga para o dono do carro.”
E coloca amarga nisso. De acordo com o profissional, o custo de reparação pode ficar entre R$ 500 e R$ 3 mil, considerando os modelos mais vendidos em nosso mercado. Geralmente, o serviço para ressuscitar o carro envolve a troca de válvulas, a retífica do cabeçote e a possível troca de um ou mais pistões – em alguns raros casos, é preciso até trocar o cabeçote, por causa do estrago causado por uma ou mais válvulas desgovernadas.
Atenção é o melhor remédio
Como nem sempre a correia dentada mostra sinais claros de desgaste, pelo menos para os leigos, o ideal é estar sempre atento a alguns preciosos (e simples) detalhes. “O mais importante é respeitar o prazo de troca fixado pelas montadoras, informação que está no manual do proprietário”, lembra Lyra.
Outra dica do profissional: quando der aquela olhada geral no motor, verifique se a correia dentada está suja de óleo. Além de, naturalmente, ter de reparar esse vazamento, saiba que o lubrificante diminui a durabilidade da correia.
“Também é importantíssimo verificar, principalmente para quem adquire um veículo usado, se o rolamento-tensor da correia apresenta ruídos, que surgem quando a peça está desgastada. Essa é a principal causa de rompimento prematuro da correia dentada.”
Por fim, Lyra explica que aquele (aparentemente) simples tranco usado para colocar o motor para funcionar é outra trapalhada que pode quebrar a peça – e o dono do carro!